Comissão aprova projeto que libera exibição do preço de custo ao lado do preço de venda

Comissão aprova projeto que libera exibição do preço de custo ao lado do preço de venda


Postada em : 18/06/2025

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que autoriza os fornecedores a informarem, de forma opcional, o preço de custo dos produtos vendidos aos consumidores finais, ao lado do preço de venda.

A medida foi aprovada por meio de substitutivo do relator, deputado Gilson Marques (Novo-SC), ao Projeto de Lei 4191/20, do deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE). O novo texto mantém a versão aprovada anteriormente pela Comissão de Desenvolvimento Econômico.

O substitutivo torna opcional a divulgação do preço de custo, ao contrário do projeto original, que previa a obrigatoriedade da informação em produtos considerados essenciais.

Gilson Marques justificou a mudança, apontando que a aplicação da obrigatoriedade pode ser complexa, já que o preço de custo varia conforme fatores como frete, impostos, flutuações cambiais e momento da aquisição.

“Além disso, o preço de custo é frequentemente considerado um segredo comercial. A obrigação de divulgá-lo pode expor estratégias de negociação e margens de lucro, afetando a competitividade no mercado”, destacou o relator.

Ele ainda pontuou que a obrigatoriedade impactaria de maneira desigual os pequenos e médios comerciantes, que têm menos poder de negociação diante dos fornecedores, em comparação com grandes redes varejistas.

Impacto tributário da proposta
Do ponto de vista tributário, a divulgação do preço de custo ao lado do valor final de venda pode trazer maior transparência sobre as margens de lucro e, indiretamente, facilitar o acompanhamento de práticas comerciais que possam afetar a base de cálculo de tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Embora o projeto não altere obrigações fiscais, sua implementação pode influenciar discussões sobre sonegação fiscal, manipulação de preços e composição de notas fiscais — temas sensíveis na fiscalização tributária.

Além disso, a medida pode impulsionar o debate sobre a reformulação da política de markups e formação de preços nas empresas, promovendo boas práticas contábeis e maior alinhamento entre as estratégias comerciais e os registros fiscais.

Próximos passos
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Para se tornar lei, ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara e, posteriormente, pelo Senado Federal.

Fonte: Contábeis